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Varejo também quer desoneração tributária e já negocia com governo

30/08/2012

Varejo também quer desoneração tributária e já negocia com governo
Flávia Milhassi

Ao unirem forças para estarem cada vez mais organizados, representantes do comércio varejista brasileiro se têm sentado para negociar com o governo federal melhores condições ao segmento. Entidades e empresários do setor tentam acertar medidas para acelerar ainda mais os índices já crescentes de vendas, e agora é a vez dos supermercados de levantar uma bandeira.
O ramo luta para que 11 produtos da cesta básica deixem de ser tributados com Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição Financeira para a Seguridade Social (Cofins). O segmento segue os passos de representantes de automóveis, eletrodomésticos, móveis, os primeiros a conseguirem desoneração fiscal com a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).
Ao que tudo indica, está nas mãos da presidente Dilma Rousseff a Medida Provisória (MP) número 563, que pode transformar todos os 22 produtos da cesta básica em itens não tributados. "Isso já foi aprovado no Congresso e está nas mãos da presidente desde o mês de julho, para ser sancionado", disse Tiaraju Pires, superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Pires também afirmou que há duas semanas representantes do setor se encontraram com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, para explicar os motivos de pedidos desta desoneração.
O argumento da entidade é que, ao deixar de tributar os produtos contidos na cesta básica, o consumidor teria um maior poder de compra. "Ao desonerar esses produtos eles vão se tornar mais baratos. Com isso, o consumidor pode incluir em suas compras outros itens, o que impulsionaria toda a cadeia produtiva do País", explicou ao DCI.
O superintendente da Abras declarou que atualmente na renda das famílias brasileiras de até dois salários mínimos - R$ 1.244,00 -, 40% são destinados à compra de produtos para alimentação. O item é considerado de necessidade básica, mas com aumento do preço dos produtos nas gôndolas não seria viável a manutenção da meta de crescimento do setor supermercadista, que está na casa dos 5% este ano. Além do fato de que a grande maioria das medidas promovidas pelo governo tem reflexos positivos aos empresários do setor. "Medidas como a queda da taxa básica de juros [Selic] são sentidas primeiramente pelos supermercados", enfatizou Pires.
Ainda segundo o especialista, executivos da entidade, em conjunto com representantes de outros setores varejistas, estiveram ontem com Guido Mantega. A ideia era apresentar ao governo os itens de primeira necessidade para que este nicho de mercado não sofra com maior desaceleração, igual aos demais setores."O governo tem ouvido todos os players do setor para identificar quais são as tendências de
cada segmento, para poder criar medidas mais efetivas para cada segmento", afirmou.

Reivindicações
Para Ricardo Pastore, coordenador do Núcleo de Estudos e Negócios de varejo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP), a atitude dos varejistas de negociar com o governo - ressaltando que não é de hoje que a Abras faz reivindicações aos representantes da política econômica vigente - deve-se à pressão que o setor tem sofrido. "A indústria tem ofertado itens cada vez mais caros ao varejo, devido à recessão em que se encontra. O comércio, para não perder o consumidor, evita repassar esse aumento e trabalha com margens cada vez mais baixas. Ao se reunirem, os varejistas querem que o governo interfira nesta postura para aumentar a rentabilidade de suas operações", explicou.
A utilização deste artigo é exclusiva para fins educacionais.Conforme a experiência do especialista em varejo, tudo indica que não será difícil para o
governo aceitar os novos pleitos. Afinal, todos os segmentos da economia, aqui com destaque ao supermercadista, precisam crescer mais rápido até o final do ano. "O governo precisa resolver os gargalos existentes no varejo para que as redes possam crescer até o final deste ano", disse o professor, que argumenta: "Estamos em ano eleitoral e desde o ano passado os supermercados não têm sentido o resultado esperado. Não vejo que isso será impasse ao ministério, e sim uma medida que impulsionará toda a cadeia produtiva do País".
A importância da integração de todos os setores da economia faz com que o governo tome iniciativas acertadas, como o pacote do governo para melhorar a infraestrutura do Brasil, que aponta aportes de R$ 133 bilhões em 20 anos. Tiaraju Pires, porta-voz da Abras, acredita que os investimentos anunciados são "divisores de águas", e beneficiarão os supermercados. "Com a melhoria em logística, as empresas terão um custo menor com transporte. Isso fará com que as redes repassem preços mais baixos ao consumidor", explicou.

Fonte: DCI. [Portal]. Disponível em: .
Acesso em: 29 ago. 2012.

Veja na íngtegra clicando no link a seguir: varejo_tambem_quer_desoneracao_tributaria_e- 3


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